Bispos do Mali no Vaticano. País tem população 90% muçulmana

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Cristãos são minoria no Mali
Publicado em: 07/05/2015 - 14:30
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

 

Na manhã de quinta-feira (07/50), o Pontífice recebeu um grupo de cinco bispos da República do Mali, país do noroeste africano que tem 12 milhões de habitantes, 90% dos quais, muçulmanos. A população cristã corresponde a 5% do total. 

Os bispos estão realizando a visita ad limina Apostolorum, uma peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo que os episcopados fazem a cada cinco anos com o objetivo de fortalecer os vínculos de comunhão com a Sé Apostólica. Recebendo o grupo, Francisco entregou um discurso escrito, em francês, que os encoraja a prosseguir em sua obra junto às comunidades diocesanas do país, que têm enfrentado uma situação delicada nos últimos anos por questões de ordem e de segurança. 

Contexto social, político e religioso

Numa nação com admiráveis tradições de tolerância e coesão, a pequena Conferência Episcopal tem levado adiante o espírito do diálogo inter-religioso e o compromisso comum de cristãos e muçulmanos na luta contra a intolerância e a exclusão.

Realçando os esforços das dioceses na tradução da Bíblia para as línguas locais e o desenvolvimento de novos manuais, o Papa enalteceu também o trabalho dos catequistas na obra de evangelização. “Apesar dos graves problemas que enfrenta, a Igreja no Mali mostra uma bela dinâmica em sua obra de evangelização e os fiéis têm crescido em número e fervor”, escreve o Pontífice, fazendo uma ressalva: “O testemunho cristão na família ainda precisa de mais consistência: num contexto cultural marcado pelo divórcio e a poligamia, os católicos são chamados a anunciar o Evangelho concretamente com o seu testemunho de vida e família”.

Na sequência, a mensagem aborda outras questões, como a situação das mulheres. O Papa pediu aos bispos que promovam o papel delas na sociedade e combatam abusos e violências.  

A Igreja no país

Falando das vocações sacerdotais, Francisco menciona a importância do apoio, do incentivo e principalmente do acompanhamento na formação e no ministério. “Ser bispo é uma missão de comunhão e de serviço vivido de maneira especial com os seus sacerdotes”, recomenda.

Sobre a pastoral social, destaca-se a dimensão do amor ao próximo: a Igreja está presente no Mali nos campos da educação para a paz, da promoção humana sem distinções étnicas ou religiosas e na difusão da cultura da solidariedade e da hospitalidade, especialmente para enfrentar a violência dos últimos anos.

Finalizando, o Papa se diz convencido de que, apesar das dificuldades em seu caminho, a Igreja no Mali continua a ser um sinal de esperança e testemunha de paz. Exorta os bispos a perseverar no caminho do Evangelho, mantendo o foco de sua ação pastoral na juventude.