Ato inter-religioso no Dia Internacional contra a Corrupção

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Estavam represntados católicos, judeus, musumanos, o budista da Tradição Soto Shu, umbandistas, batistas, presbiterianos independentes e os Indígenas do Povo Guarani
Publicado em: 15/12/2017 - 13:30
Créditos: Redação

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), junto à Arquidiocese de São Paulo, organizou o “Ato Inter-religioso no Dia Internacional contra a Corrupção - em favor da Ética, do bem comum, da Justiça e da Paz”, que aconteceu na Catedral da Sé, no sábado, 9, às 10h30. 

Entidades da sociedade civil, organizações não governamentais e representantes de diferentes religiões uniram suas vozes para demonstrar o descontentamento diante dos sucessivos atos de corrupção que são noticiados a cada dia. 

O Coro da Igreja Batista em Perdizes preparou os cantos para o evento, no qual representantes da Igreja Católica Apostólica Romana, da Sinagoga do Centro Cultural Judeu, da Mesquita Islâmica de Santo Amaro, do Templo Zen Budista da Tradição Soto Shu, da Religião Afro-brasileira da Umbanda, da Igreja Batista em Perdizes e da Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, além dos Indígenas do Povo Guarani, participaram com preces e manifestações.

Na ocasião, foi lançado um manifesto pela ética e um movimento cívico, que pretende assumir o protagonismo na luta contra a corrupção e por mudanças no País. A data de 9 de dezembro foi escolhida, pois foi neste dia, em 2003, que o Brasil e mais 101 países assinaram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. 

“A ideia é conscientizar as pessoas sobre o que podem e devem fazer na luta contra a corrupção. A sociedade civil tem papel fundamental na transformação do país”, resumiu Marcos da Costa, presidente da OAB- SP. “O dia é o marco do início de um movimento que terá frutos e fará com que esse período nefasto em que vivemos seja afastado e possamos viver numa sociedade melhor”, disse ele durante o evento na Catedral. 

Em sua fala, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, ressaltou que o agir corrupto é falso e desonesto: “Esse agir desonesto tem consequências pessoais e sociais. Naturalmente, quem assim age tem que se acertar com a sociedade, mas tem que se acertar também com Deus. Não creio que quem age de forma corrupta possa estar tranquilo na sua própria consciência.” 

O Cardeal disse, ainda, que quando se desvia dinheiro, há prejuízo em áreas como a saúde e a educação. “Socialmente, a corrupção é uma grave injustiça. Injustiça em relação ao próximo, ao bem comum e à sociedade. A corrupção está marcada pela injustiça e a falta de solidariedade social. Quem pratica corrupção não pensa nos outros, não pensa nas consequências de sua ação na sociedade”, continuou. 

“Temos a responsabilidade de combater a corrupção e mudar a cultura da tolerância à corrupção, que provoca a desigualdade, pela qual muitos sofrem para que poucos se beneficiem”, afirmou Luciano Santos, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (Mcce).