Novos bispos auxiliares de São Paulo serão ordenados em fevereiro

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<p>A designação dos dois futuros bispos ainda será anunciada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano.</p>
Publicado em: 29/12/2014 - 16:45
Créditos: Jornal O SÃO PAULO – Edição 3031

Por Daniel Gomes

 

O Monsenhor Eduardo Vieira dos Santos, 49, do clero de São Paulo, e o Monsenhor Devair Araújo da Fonseca, 46, da Diocese de Franca, foram nomeados bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo, na quarta-feira, 10, pelo Papa Francisco.

“Demos graças a Deus por esses dois novos bispos, eleitos pelo Papa Francisco para o serviço do povo de Deus na Metrópole paulistana! Eles virão em boa hora para substituir os caríssimos Dom Tarcísio Scaramussa e Dom Milton Kenan Júnior, nomeados pelo Papa, respectivamente, bispo coadjutor de Santos e bispo diocesano de Barretos”, manifestou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, em mensagem enviada aos bispos, padres e leigos da Arquidiocese.

A ordenação episcopal do Monsenhor Devair está marcada para 1º de fevereiro de 2015, às 9h30 (baixe o convite), em Franca (SP), em local a ser definido. Já o Monsenhor Eduardo será ordenado em 7 de fevereiro, às 9h30 (baixe o convite), na Catedral da Sé.

A designação dos dois futuros bispos ainda será anunciada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano.  Atualmente, a Região Sé está sem bispo auxiliar desde a transferência de Dom Tarcísio para a Diocese de Santos e esta será também a situação da Região Brasilândia a partir de 21 de dezembro, quando Dom Milton assumirá a Diocese de Barretos (SP).

“Nossa Arquidiocese com esses dois nomeados terá novamente o grupo completo de sete auxiliares, para junto com o Arcebispo coordenar e animar toda a vida da Arquidiocese”, afirmou o Cardeal, em coletiva de imprensa, no dia 10. 

‘Amo servir o povo de Deus e como bispo não será diferente’

Monsenhor Eduardo Vieira dos Santos soube de sua nomeação para bispo auxiliar, em 25 de novembro, por meio do núncio apostólico do Brasil, Dom Giovanni D´Aniello. 
 
“Confesso que para mim foi uma surpresa e uma grande alegria, porque como padre da Igreja, eu amo servir o povo de Deus e creio que como bispo não será diferente. As responsabilidades, as cobranças, certamente serão maiores, mas Deus me dará forças para ser fiel a esse compromisso”, afirmou à reportagem. 
 
Sacerdote da Arquidiocese desde 2000, Monsenhor Eduardo foi por sete anos pároco da Paróquia São João Gualberto, na Região Lapa, antes de se tornar vice-reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, função que ocupou entre 2008 e 2013. Atual chanceler do Arcebispado de São Paulo, ele também é cura da Catedral da Sé, desde agosto de 2013. Como bispo, pretende usar toda essa experiência adquirida. 
 
“Na Arquidiocese de São Paulo e na Igreja em geral, a missão de um bispo é ser solícito, estar pronto para ouvir, para entender os sofrimentos dos padres, do povo de Deus, é ser segundo o coração de Jesus, ser pastor”.
Na mensagem que dirigiu à Arquidiocese, o Monsenhor agradeceu à confiança do Papa Francisco e de Dom Odilo, lembrou-se, com gratidão, dos pais já falecidos e dos familiares, e manifestou que “o acolhimento, a alegria e o serviço, sobretudo aos que mais sofrem em nossas paróquias - crianças, jovens, idosos, negros e negras, pobres e humildes - devem aumentar em nós o amor por Jesus e por sua Palavra”. 
 
À reportagem, Monsenhor Eduardo comentou o fato de ser o primeiro afrodescendente nomeado bispo na Arquidiocese. “Ser o primeiro bispo negro da Arquidiocese de São Paulo é de grande responsabilidade, mas também motivo de grande alegria e orgulho para o povo negro. Tenho militado desde o ingresso na vida religiosa na Pastoral Afro e isso me traz certa compreensão do que é ser negro na Igreja e na sociedade, e eu espero que minha atuação episcopal contribua ainda mais para mudanças de como se vê o povo negro na cidade e na Igreja”.
 

‘Já rezo pela Igreja de São Paulo e por aqueles com quem vou trabalhar’

 
Sacerdote desde 1998, graduado em processamento de dados, Mestre em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e reitor na Diocese de Franca, no interior paulista. É com essa experiência que o Monsenhor Devair Araújo da Fonseca chega à Arquidiocese de São Paulo para ser bispo auxiliar.
 
“Meus trabalhos anteriores ajudam porque foram de conhecimento das pessoas, das realidades pastorais, mas também de aprender a ler a história, para depois poder fazer algo, pois a gente não pode servir se não conhece a quem vai servir”, expressou ao O SÃO PAULO, afirmando ter expectativa de, em breve, saber mais sobre a cidade, a Arquidiocese e a região episcopal para onde for designado.
 
O futuro bispo afirmou que só conhece São Paulo “pela literatura e por aquilo que já li a respeito da Igreja de São Paulo, pelos documentos que o próprio Cardeal Scherer fez e por alguns encontros. São Paulo, como grande cidade, é, para mim, uma realidade desconhecida”.
 
Segundo o Monsenhor, após receber da nunciatura apostólica, em 24 de novembro, o comunicado de sua nomeação, viveu dias de ansiedade e de um pouco de medo pela nova missão, mas rezou e manteve “muita confiança na ação de Deus”. 
 
Tanto à reportagem quanto na mensagem que dirigiu aos fiéis e ao clero da Arquidiocese, Monsenhor Devair pediu que rezem por ele.  “Na oração, nós estaremos unidos. Quem puder venha à ordenação, será um prazer, uma alegria poder contar com todos, e já de antemão rezo pela Igreja de São Paulo e por todos aqueles com quem eu vou trabalhar futuramente”, disse na entrevista. 
 
“Reitero que do mesmo modo como tenho exercido meu ministério presbiteral, na comunhão e servindo no limite das minhas capacidades, com simplicidade, desejo continuar a servir à Igreja”, expressou em sua mensagem.