Horas finais do velório de Dom Paulo são marcadas por emoção

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O Adeus a Dom Paulo Evaristo Arns foi marcado por emoções e agradecimentos ao Cardeal da Esperança
Publicado em: 16/12/2016 - 17:30
Créditos: Redação

O Adeus a Dom Paulo Evaristo Arns foi marcado por emoções e agradecimentos ao Cardeal da Esperança.

DOM CELSO

Ao meio dia sexta feira, 16, a última celebração eucarística antes da Missa Exequial teve por celebrante Dom Antônio Celso de Queiroz, arcebispo emérito da Diocese de Catanduva e bispo auxiliar de Dom Paulo Evaristo Arns, e por concelebrante Dom Paulo Roberto Beloto, bispo da Diocese de Franca.

Na homilia Dom Celso do grande pastor da Arquidiocese de São Paulo e de como é bom ter um Papa que vem na mesma linha. “A primeira impressão que a gente tinha era de homem sábio. Um homem que sabia de onde vinha e para onde ia. Não estava aqui simplesmente para representar um papel, mas estava aqui para cumprir uma missão. E como objetivo dessa missão estava sempre o povo de Deus. Sobretudo sua parte mais pobre. Que bom que depois dele, veio para nós – não só de São Paulo, mas de todo mundo – um Papa de perfil semelhante. Um Papa também, que sabe que está aqui para cumprir uma grande missão no mundo de hoje - no século XXI – e, sobretudo, tendo como objetivo resgatar o pobre, o abandonado e o deixado de lado. ”

Agradeceu pelo Arcebispo Emérito não ter deixado a humildade ao ocupar o cargo de Arcebispo da maior cidade da América Latina, assim como a bondade. “Nós agradecemos ao senhor porque além de nos falar do Pai, o Senhor era uma amigo gostoso de se conviver. O senhor conversava conosco sobre coisas da história do mundo, em geral. Não precisava falar de Deus para dizer que estava realizando sua missão de pastor. Meus irmãos e minhas irmãs, a vida de Dom Paulo continua entre nós. Quem quiser saber quem ele foi, quem ele é, se aproxime, olhe para ele, converse com aqueles que conviveram com ele. Vejam quanta alegria, quanta sabedoria tem essa vida”.

Terminou falando, com muito carinho, sobre a convivência e que teve com o Cardeal, destacando a Esperança, desde sempre presente. “Dom Paulo é conhecido como aquele que transmitia esperança. Foi assim que eu o conheci. Estava em uma roda de uma assembleia – era padre ainda – e nós falávamos sobre a esperança, comentando a Epistola aos Romanos. E Dom Paulo passou por perto e perguntou: ‘Vocês estão falando sobre a Esperança? ’ ‘Estamos. ’ ‘Coloque num papel as principais ideias...’ Não que ele aprendeu ali, mas ele viu que batia um pensamento parecido com o dele. E foi assim que nós começamos a conversar, sobre a esperança. Foi assim que um dia nós longamente conversamos sobre um autor francês que escreveu muito sobre a Esperança. Ele deixou para nós aquela comparação belíssima, ‘a Esperança é irmã da Fé e irmã da Caridade’. São as três irmãs moças. Uma mais idosa, com mais juízo, é a Fé; outra mais ardorosa, é a Caridade; e a terceira, Dom Paulo faz brotar em nós essa terceira irmã, mais difícil porque é menor. Dizia esse autor francês: ‘A Esperança é a menininha irrequieta que nasceu em cada último Natal’. Vai nascer daqui a pouco. Que bela comparação. A pequena luz então, essa Esperança é tudo aquilo que nós desejamos, é tudo aquilo que Dom Paulo hoje possui”.

Frei Anacleto Luiz Gapski, franciscano e vigário paroquial no Pari

Dom Paulo tinha uma presença muito grande em todas as casas franciscanas de São Paulo. Depois veio o período mais difícil, na ditadura, quando eu já estava ordenado e ele sempre nos ligava pedindo ajuda. Houve uma invasão, uma manifestação bem grande por volta do ano 1980 no parque do Ibirapuera e passamos uma noite inteira lá. Conseguimos liberar as pessoas só de madrugada e elas se dirigiram para a Igreja de São Francisco de Assis, na Vila Clementino. Quando Dom Paulo ficou emérito na Arquidiocese, ele continuou vindo ao Convento de São Francisco e uma vez por semana atendia o povo pessoalmente, um por um. Depois disso, ele quis visitar, por cerca de cinco anos, uma casa de acolhida de idosos no bairro do Jaçanã. Muitas vezes eu ia lá com ele, porque ele dizia que era muito cansativo para ele ir sozinho. Ele optou por ficar um tempo trabalhando com os franciscanos. Dom Paulo sempre foi um homem dedicado à cultura, à oração e ao povo. Ele dizia que queria ser lembrado como alguém que gosta do povo. Se querem falar de mim, falem que eu gosto do povo. Essa foi a característica mais marcante dele. Sempre que ele ia em alguma comunidade, parecia ser da casa, ele era também parte do povo.

CÔNEGO BIZON

É sempre importante a acolhida e a convivencia entre Cristãos de diferentes denominações entre Catolicos, anglicanos, ortodoxos, presibeterianas, luteranos, enfim todos os cristãos que tem a mesma fé, no mesmo Jesus Cristo resucitado e é importantte para a Igreja também acolher, dialogar com as diferentes tradiçoes religiosas os espiritas, as religios de matrizes africanas, judeus, muçumanos, budistas, induistas, enfim todos aqueles que estão dispostos a dialogoar, é importante, é fundammental e nós estamos cumprindo aquilo que exatamente Jesus disse "Que á uma só fé e que á um só Senhor" e com ele nós nos esforçamos para conviver respeitando uns aos outros.

Dom Paulo apoiou muito a dimenção ecumenica, acolheu em São Paulo os frades franciscanos da reconciliação, depois ele acolheu mais tarde a casa da reconciliação e foi um daqueles primeiros, nas primeiras organizaçoes, nos primeiros momentos e movimentos ecumenicos , ele que estava sempre apoiando e incentivando e ajudando as pessoas a se integrarem, dialogarem, coomprenderem para que de fato pudecemos ter uma convivencia armoniosa , passifica para o testemunho entre cristão e o testemunho daqueles que tem fé para que possamos juntos trabalhar-mos pela paz, pela justiça, pela liberdade e também pela democracia.