Dom Odilo exorta religiosos a não cruzarem os braços

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Na quinta-feira (2/2), Dia Mundial da Vida Consagrada, Cardeal Odilo Scherer presidiu missa na Capela Sagrada Família e Santa Paulina, no Ipiranga.
Publicado em: 08/02/2017 - 14:15
Créditos: Edcarlos Bispo/ Jornal O SÃO PAULO

Em encontro com consagrados, o Cardeal Dom Odilo Scherer falou sobre a convocação do Sínodo Arquidiocesano e da importância de os membros das congregações, das novas comunidades e das sociedades de vida apostólica ajudarem a Igreja de São Paulo a rever suas práticas de ação pastoral.


“Como católicos, vamos pensar juntos? Por isso também conto com vocês, religiosas e religiosos, para essa reflexão e tomada de consciência. Vamos pedir a Deus que nos ajude a renovar a face da terra. Não podemos cruzar os braços”, convidou Dom Odilo.

O Arcebispo destacou ainda algumas realidades preocupantes da vida da Igreja, como a queda no número de vocações, batizados, crismas e casamentos. Essa queda, explicou, pode ter vários fatores, mas, por vezes, significa que a família, primeiro lugar onde se deve viver e praticar a fé, não está mais conseguindo transmiti-la  às novas gerações.


Nesse sentido, o Cardeal afirmou a importância da vida religiosa consagrada e manifestou o seu apreço por “todo bem que fazem e pelas múltiplas formas de testemunho do evangelho, de ação pastoral, de presença no meio do mundo e colaboração com a evangelização de tantas maneiras”. E prosseguiu: “Em São Paulo, temos uma riqueza de expressões de vida consagrada e, desde a sua fundação, São Paulo deve muito às instituições de vida religiosa consagrada”.


A fala de dom Odilo aconteceu na quinta-feira, 2, ocasião em que a Igreja celebra a Solenidade da Apresentação do Senhor e o Dia Mundial da Vida Consagrada. Na Arquidiocese de São Paulo, o Cardeal presidiu missa na Capela Sagrada Família e Santa Paulina, no Ipiranga. A missa foi concelebrada pelos Bispos auxiliares Dom Julio Endi Akamine e Dom José Roberto Fortes Palau, e por padres de congregações e ordens religiosas que atuam na Arquidiocese.


Na saudação inicial, Dom Julio, Arcebispo eleito de Sorocaba e referencial para a vida consagrada na Arquidiocese, ressaltou que os consagrados e consagradas são convidados a levar luz ao mundo, mas não sua própria luz, e sim a luz de Jesus Cristo. A vida consagrada, de acordo com Dom Julio, não é mérito por parte do consagrado, mas é dom de Deus e dom da Igreja para o mundo.


Já no Vaticano, na missa com os religiosos celebrada na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco chamou a atenção para uma tentação que pode tornar a vida consagrada estéril: a tentação da sobrevivência. “Um mal que pode se instalar pouco a pouco dentro de nós, no seio das nossas comunidades.”
“A tentação da sobrevivência faz-nos esquecer a graça, transforma-nos em profissionais do sagrado, mas não pais, mães ou irmãos da esperança, que fomos chamados a profetizar.” E prosseguiu o Santo Padre, “a atitude de sobrevivência faz-nos tornar reacionários, temerosos, faz-nos fechar lenta e silenciosamente nas nossas casas e nos nossos esquemas. Faz-nos olhar para trás, para os feitos gloriosos mas passados, o que, em vez de despertar a criatividade profética nascida dos sonhos dos nossos fundadores, procura atalhos para escapar aos desafios que hoje batem às nossas portas.”