Casa da Mãe Aparecida acolhe Romaria Arquidiocesana

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Cardeal Odilo Scherer presidiu missa no Santuário Nacional na 117ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo a Aparecida
Publicado em: 11/05/2018 - 15:45
Créditos: RedaçãoCleide Barbosa

No primeiro domingo do mês de maio, 6, a Arquidiocese de São Paulo realizou sua 117ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário Nacional de Aparecida (SP). 

Com o tema “Leigos com Maria, rumo ao sínodo arquidiocesano”,  cerca de 12 mil fiéis participaram da celebração, que teve início às 10h, no altar central da Basílica, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelos bispos auxiliares. 

A Romaria da Arquidiocese de São Paulo, uma das mais antigas e numerosas na história das romarias à “Casa da Mãe”, contou com a presença de romeiros das seis regiões episcopais da Arquidiocese, do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade, além de representantes de movimentos, associações e pastorais, que se uniram a outros tantos peregrinos do Brasil. 

Ao saudar os romeiros, Dom Odilo disse que além da temática da peregrinação anual, uma intenção em especial foi trazida pelos peregrinos da Arquidiocese de São Paulo: os atingidos pelo incêndio e desabamento do prédio, no centro da Capital Paulista, na madrugada do dia 1º, e todos os que sofrem com a falta de moradia. A preocupação com os cerca de 200 moradores desabrigados foi expressa por romeiros como Maria Inês, 50, da Comissão Organizadora da Romaria. “São pessoas que estão em praça pública e que precisam de um teto permanente, não provisório. Não é só a realidade de um povo, é nossa, porque são povo de Deus e nós trouxemos este povo na alma, aqui na Casa da Mãe”, afirmou.

MANDAMENTO DO AMOR

Nessa peregrinação anual, duas motivações principais foram apresentadas diante de Nossa Senhora Aparecida: o Ano Nacional do Laicato e o sínodo arquidiocesano. Na homilia, Dom Odilo ressaltou que o Ano Nacional do Laicato diz respeito a todos os batizados e que a vocação fundamental e primeira de todos os cristãos é a de serem discípulos e missionários de Jesus Cristo, chamados a darem testemunho na família e na sociedade, “nas muitas maneiras de serem cidadãos cristãos católicos”. 

O sínodo arquidiocesano também foi colocado no coração de Maria Santíssima, venerada como Nossa Senhora Aparecida. “Queremos por meio do sínodo colocar-nos a escutar melhor o apelo de Deus, sobre a nossa realidade, sobre a nossa Arquidiocese. Para isso é o sínodo. E por isso queremos fazer esse caminho de comunhão, de esforço conjunto, todos juntos caminhando nessa mesma direção, nessa mesma preocupação de ouvir melhor a voz de Deus”, explicou o Cardeal. 

Ao refletir sobre as leituras proclamadas no 6º Domingo da Páscoa, Dom Odilo afirmou que a Palavra de Deus, expressa no relato de São João, sobre o mandamento do amor, põe a todos no coração do Evangelho, e destacou dois aspectos essenciais. “Primeiro ponto, o centro da nossa fé, da nossa religião: Deus nos ama, de amor infinito, e Deus nos amou primeiro. E vem o segundo ponto da nossa fé, da nossa religião, o núcleo central da nossa fé: a nossa correspondência ao amor de Deus, retribuir com nossa atitude a esse amor que nos amou primeiro”. Dom Odilo exortou que todos aprendam de Nossa Senhora – que viveu essa verdadeira comunhão com Deus e com seu filho Jesus - essa lição fundamental da prática da vida cristã. “Que Ela nos ensine assim a também amarmos a Deus, amar a Jesus Cristo, Nosso Senhor, amar ao próximo como Jesus nos ama...Nossa fé, nossa religião é a religião do amor a Deus, do amor ao próximo, aqui está o centro de tudo”, concluiu.

MARIA, SENHORA DOS POBRES E DOS EXCLUÍDOS

O Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua marcou presença significativa na Romaria Arquidiocesana. Dois ônibus levaram cem pessoas, entre colaboradores e acompanhados pelas entidades coordenadas pelo Vicariato. 

Na procissão de entrada da celebração, juntamente com outras representações da Arquidiocese de São Paulo, o pernambucano Evandro de Oliveira, 56, conduziu a bandeira do Vicariato. Morador em situação de rua desde criança, Evandro recordou que saiu de casa, ainda no Recife (PE), depois de conflitos com os pais. A partir daí, viveu está nas ruas em muitos locais, passando pela cidade do Rio de Janeiro e Aparecida (SP), onde participava das missas, e atualmente está nas ruas do centro da Capital Paulista. O devoto de Nossa Senhora Aparecida também recomendou seu pedido à Padroeira do Brasil pelo fim da violência contra todos que sofrem, e apontou a falta de direitos como uma de suas formas: “Só em tirar o direito das pessoas, da educação, da moradia, essa é a maior violência”, enfatizou.

Luciney Martins/O SÃO PAULO
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