Cardeal Scherer participa do evento em que o Parque da Juventude é renomeado em homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns

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Renomeado como Parque da Jeventude Dom Paulo Evaristo Arns, o local já abrigou o complexo do Carandiru
Publicado em: 17/12/2018 - 14:00
Créditos: Nayá Fernandes

O complexo cultural Parque da Juventude, no bairro de Santana,  zona Norte de São Paulo, passa a se chamar Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo Arns. O evento de descerramento da placa aconteceu na manhã de sábado, 15, com a presença do Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

A data que marca oficialmente a mudança no nome do parque e a homenagem ao Cardeal Arns (1921-2016), acontece um dia após as celebrações pelos dois anos de falecimento de Dom Paulo, conhecido como o Esperança, em 14 de dezembro de 2016.

Estiveram no evento autoridades civis e religiosas, entre elas o Deputado Luiz Fernando Ferreira (PT), relator do Prjeto de Lei número 16761/2018, que dá a denominação de "Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo Arns" ao atual "Parque da Juventude" na Capital.

O Cardeal Scherer saudou a todos e recordou o significado da data, quando há dois anos, em 2016, Dom Paulo estava sendo velado na Catedral da Sé. Ele falou também sobre a esperança, palavra tão presente nos discursos e na prática de Dom Paulo e que faz-se presente no parque não apenas pelo verde, mas também pelos milhares de jovens que frequentam o espaço todos os dias. "Em nome da Igreja agradeço a todos", continuou o Arcebispo.

Após as falas das autoridades e a participação da cantora Fortuna, houve o plantio de 30 mudas de árvores frutíferas ao lado da Biblioteca da São Paulo, no Parque. 

Encontro de Gerações

O atual Governador do Estado de São Paulo, Márcio França, agradeceu a todos e demonstrou sua grande alegria em sansionar a lei que renomeia o Parque. "As próximas gerações, com certeza, pesquisarão quem foi Dom Paulo e verão que grande exemplo ele nos deixou", afirmou o Governador.Pessoas que conviveram e trabalharam com Dom Paulo também participaram do evento. Entre elas, Maria Angela Borsoi, que foi secretária do Cardeal Arns; Antonio Funari, presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; membros da família do jornalista assassinado durante a ditadura militar no Brasil, Vladimir Herzog e Paulo Pedrini, da Pastoral Operária. A Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese, com camisetas brancas e bandeiras fez-se presente em grande número, bem como o Coletivo "Mulheres pela Democracia" que entregou a todos flores de papel com frases do Cardeal Arns. 

Símbolo de Luta

Cardeal Arns lutou, fortemente, pelos Direitos Humanos, criou em 1972 criou a Comissão Brasileira Justiça e Paz de São Paulo, e foi um grande incentivador da continuidade das pastorais carcerária, operária e de moradia.

O local que hoje homenageia o Arcebispo foi o cenário para a maior tragédia do sistema prisional brasileiro, conhecido como Massacre do Carandiru, em que 111 detentos foram mortos pela Polícia Militar após uma rebelião iniciada no Pavilhão 9 do presídio, durante uma partida de futebol, no dia 2 de outubro de 1992.

Uma semana após as mortes, Dom Paulo presidiu, na Catedral da Sé, uma missa em memória aos detentos falecidos.

Luciney Martins/O SÃO PAULO