Deus é rico em misericórdia

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23/01/2016 - 16:30

No dia 25 de janeiro a Igreja celebra a festa da Conversão do apóstolo São Paulo; de perseguidor de Cristo e dos cristãos, ele se tornou um ardoroso discípulo e missionário de Jesus Cristo, depois de haver experimentado pessoalmente que Deus foi paciente e misericordioso para com ele.

E a arquidiocese de São Paulo comemora nesta mesma data o apóstolo São Paulo como seu Patrono e intercessor junto de Deus. Mas São Paulo também é Padroeiro da cidade e do estado de São Paulo, conforme decisão do Papa Pio XII, de 24 de maio de 1958, a pedido do cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta.

Neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia recordemos, com São Paulo que “Deus é rico em misericórdia” (cf Ef, 2,4) e acolhe a cada um de nós, quando nos colocamos abertamente diante de Cristo, como São Paulo fez: “Senhor, que devo fazer?” (cf At 22,4-11). Ele vivia uma religiosidade fechada e soberba, antes da conversão; pensava estar fazendo tudo certo mas, depois, reconheceu que “perseguiu a Igreja de Deus”, praticando toda sorte de violências contra os cristãos (cf; 1Cor. Gl 1,13;1Tm 1,13). E achava estar agindo em nome de Deus.

Mas quando se abriram seus olhos para a verdade, no encontro pessoal com Jesus Cristo, ele reconheceu que era pecador e “estava agindo por ignorância” (cf 1Tm 1,12-17). Por duas vezes, nesse trecho da Carta a Timóteo, ele reconhece: “mas alcancei misericórdia”. Em vista dessa experiência, sua vida mudou e ele passou a viver inteiramente para Cristo - “agora, o meu viver é Cristo” (cf Fp 1,21) - e para a missão: “tudo faço pelo Evangelho” (cf 1Cor 9,23; 15,10).

Quando reconhecemos que Deus é bom e misericordioso para conosco, nossa fé torna-se mais serena e pura. Deixando de lado todo fanatismo, tornamo-nos mais humildes e respeitosos para com os outros, mesmo se creem diversamente de nós.

Não somos apenas nós que buscamos a Deus, mas é Ele que nos procura e quer estender-nos a mão. Quantas vezes ele nos encontra fechados, autossuficientes ou distraídos; ou achamos que tudo só depende de nós mesmos. Acolher a misericórdia de Deus, como S.Paulo fez, dá paz e força interior para dedicar-nos à prática do bem.

Convido a todos, nesta ocasião, especialmente o povo católico paulista e paulistano, a honrarmos e imitarmos o grande apóstolo e missionário: que ele interceda constantemente pela Igreja, pela Cidade e Estado de São Paulo. Na pessoa do Apóstolo temos um belo exemplo de vida cristã para imitar. Que ele nos ajude a termos grande amor a Deus, a Jesus Cristo Salvador e à Igreja, “corpo de Cristo”. Que ele nos ensine a ser misericordiosos e nos contagie com sua fé e ardor missionário.

São Paulo, 25 de janeiro 2016