Arcebispo metropolitano ordena 20 diáconos na Catedral da Sé

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No sábado, 10 de dezembro, Cardeal Scherer ordenou 20 diáconos, em missa na Catedral da Sé
Publicado em: 20/12/2016 - 18:15
Créditos: Nayá Fernandes/ Jornal O SÃO PAULO

 “Brilhem em sua conduta os vossos mandamentos, para que o exemplo de sua castidade desperte a imitação do vosso povo e, guiando-se por uma consciência reta, permaneçam firmes e estáveis no Cristo. Assim, imitando na terra o vosso Filho, que não veio para ser servido, mas para servir, possam reinar com ele no céu.”
O trecho faz parte do momento de “Imposição das Mãos e Prece de Ordenação” que foi proferida durante a missa de ordenação diaconal presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, no dia 10, na Catedral da Sé.
Foram ordenados oito diáconos permanentes e 12 transitórios, sendo quadro deles membros da Comunidade Aliança de Misericórdia.

Rito de ordenação

A ordenação diaconal concede aos candidatos o sacramento da Ordem no primeiro grau e o rito, dentro da celebração eucarística, acontece em diferentes momentos.
Inicialmente, há a eleição dos candidatos. Após a proclamação do Evangelho, há o pronunciamento do nome de cada um deles e o reitor responsável pela formação pede à Igreja a ordenação, e o presidente da celebração, no caso o Cardeal Scherer, inicia um diálogo com ele. Após a resposta da comunidade com o “Graças a Deus”, a celebração continua com a homilia.
No Propósito dos Eleitos, após a homilia, acontece o diálogo entre o presidente da celebração e os candidatos ao diaconato, que respondem com um sonoro e sincero “quero” às perguntas do Cardeal sobre suas disposições ao assumir o ministério ordenado.
Segue-se, então, a Ladainha de Todos os Santos e a Oração em que toda a assembleia roga a Deus para que Ele ajude os candidatos a serem fiéis em seus propósitos, e a todos os santos, para que intercedam por eles.
No momento seguinte do rito, há a Imposição das Mãos e a Prece de Ordenação, na qual o Cardeal impõe as mãos sobre os candidatos e pede a Deus a assistência e descreve como, na história da Igreja, nasceu a vocação para o ministério ordenado. Além disso, nessa prece ele pede que sobre os candidatos resplandeça as virtudes e que vossa conduta seja irrepreensível.
A seguir, com a Imposição das vestes diaconais e a entrega do Livro dos Evangelhos, a comunidade vê nos símbolos externos a missão daqueles que são chamados na Igreja para exercer o ministério da Palavra e do serviço aos irmãos. “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que lês, ensina aquilo que crês e procura realizar o que ensinas”, são as palavras ditas pelo Arcebispo de São Paulo neste momento aos recém-ordenados, após o qual a missa prosseguiu com a profissão de fé e a liturgia eucarística.

Embaixadores do Evangelho


Na homilia, Dom Odilo falou da alegria de “a comunidade estar apoiando os dons de Deus, as vocações, seja ao diaconato permanente, seja as vocações ao sacerdócio ministerial, pois os seminaristas recebem o diaconato em vista do sacerdócio”. Ele lembrou, ainda, que as vocações são amadurecidas graças às comunidades, às famílias e tantos que colaboraram na formação dos candidatos.
Aos que, logo seriam ordenados diáconos, o Cardeal falou que é importante que eles sejam anunciadores da alegria, sejam aqueles que estão a serviço da caridade, “que levada a sério e bem praticada, é sinal de que o Reino de Deus chegou”. O Cardeal pediu ainda à comunidade que continue rezando por todos os ministros ordenados da Igreja.

Uma grande família


“Meus pais sempre foram muito religiosos. Fui criada basicamente dentro da Igreja e sempre entendi e respeitei bastante o trabalho espiritual e social que eles exercem. Acredito que a vocação do meu pai sempre esteve ali guardada, esperando a oportunidade certa para se tornar clara e, ao longo de toda sua preparação, foi ficando mais fácil entender a responsabilidade que ele tem agora perante a Igreja. Vê-lo cursar cinco anos de Teologia na PUC-SP foi extremamente importante, a meu ver, para ele se localizar e se atualizar. Ele viu o mundo um pouco como eu, que também sou estudante. Isso nos aproximou muito. Vi meu pai crescer intelectualmente e espiritualmente a cada semestre. Orgulho-me de ele ter aproveitado essa oportunidade de se autoconhecer, perceber que o estudo, tanto acadêmico quanto espiritual, é de extrema importância e enriquece o homem. Foi isso que ele me ensinou, desde pequena, e vê-lo colocando isso em prática, mesmo depois de mais velho, fez com que minha educação e meus princípios fizessem ainda mais sentido. Meu pai vai conseguir ajudar a comunidade por meio da fé católica mais diretamente agora. Não existe orgulho maior!”, falou ao O SÃO PAULO Bárbara Catta, 21, única filha de Margareth Marciana Catta Preta Lima e Maurício Luz de Lima, que recebeu o diaconato permanente no sábado.